quarta-feira, abril 26, 2006

FASCÍNIO
















Com os olhos do coração
Contemplo o teu olhar.
Flutuo na imaginação,
E vejo-te entre meus devaneios.


Sem malícia você é encanto,
Reluzente inspiração
Da minha poesia de paz.
Docemente beijo tua boca.
Com meus dedos acaricio-te,
Faço com carinho o delinear de tua face macia.
Desenhando os traços
Maravilhosos do teu rosto.


No fundo dos teus olhos
Mistérios que me fascinam.
No sabor da tua boca
Perco-me na ilusão sem medidas.
Teu beijo doce, suave...
Cala minha voz, é abrigo.


Tua voz tem o tom da minha música preferida,
Nela encontro o refúgio,
Consolo único para meu sossego.
Entre palavras ditas
Quase murmuradas
Frases juntam-se
No desvario leve do nosso amor.
Tudo é acalento!


Em nosso abraço forte
O calor amigo da nossa amizade,
Simplificada na eterna fascinação
Da tua presença em minha vida.
Tradução absoluta do amor,
Que arde e harmoniza o meu coração.

Socorro Carvalho


PÓSTUMO A RAUL SEIXAS

Renascerás um dia em algum lugar.
A gritar por uma nova sociedade,
Unicamente em prol da felicidade humana.
Longe dos “homens porcos” que um dia o chamaram vagabundo.

Serás o grito da liberdade
Estonteando paz e amor, em outra dimensão da vida.
Irreverente, palpitante e inteligente. Sempre o
Xereta, odiado pelos caretas.
A ovelha negra da erva danina. Mas
Sempre o poeta, o poeta maluco. Que um dia passou de droga em droga, para agüentar a
hipocrisia podre dessa droga, chamada Sociedade.
Socorro Carvalho

NÃO TENHO CULPA


Meu olhar despiu teu ser,
Envolvi-me em teus mistérios,
Abracei teu corpo, beijei tua boca.
Senti teu prazer dentro de mim,
Como seiva se derramou quente...
Ofegante, gritei... Sussurrei,
Fui ao clímax.


A hora chegou
Vestiu-se e partiu, deixando-me adormecida.
Como andarilho fugiu na madrugada...
Acordei, e ao erguer minhas mãos a tua procura...
Nada encontrei,
Apenas o vazio... Você se foi.


Não fiquei triste,
Procurei lembrar os bons momentos vividos,
Do nosso amor proibido.
O nosso segredo
Que nos tornou comuns do mesmo desejo.
Coisas nossas procuras e loucuras...
Irrepartíveis, alienadas dos preconceitos,
No silêncio... Desse amor proibido.


Sem culpas, sem medos...
Apenas preenchido
Pela cruel realidade dos riscos,
Dos nossos instantes,
Jamais esquecidos.
Não me condene... Não tenho culpa!
O meu amor simplesmente, aconteceu.

Socorro Carvalho