segunda-feira, janeiro 07, 2008

SEU RETRATO



Diante de mim
Vejo, imóvel, o seu olhar
Olhar de menino sacana
A me fitar...
Olhos marcantes, insinuantes
Feito dois cálices de uma bebida forte
Embriaga minha razão
Alucina minha fértil imaginação...
É seu retrato
Aqui...diante de mim
A fazer reboliço em meus sentidos
A me conduzir loucamente
A essa envolvente mania (que tenho) de lhe querer,
E lhe querer...
Mas é tão bom ter você!
Aqui dentro de mim...
Socorro Carvalho

ORGASMO

No leito quente
Corpos ardentes
Emergidos de paixão
Entre sôfregos suspiros
Uma confusão de gemidos
Entoam murmurantes delírios...

A fúria do querer
Desejo Lascivo
Num deslizar voraz...


Línguas se acariciam
Bocas insanas roçam mistérios
Assanham a libido...


A vulva se prepara
Solta devagar seu mel
A se derramar como seiva bruta
A molhar a gruta de desejo...


No falo erigido
O saborear traquino
Do pulsar bandido da ereção...


Promessas loucas são ditas
Fantasias de excitação
Num frenesi de emoção...


A explorar profundo o prazer
Que se dilata
Explode de tesão
Absoluta, louca, ímpar...


O ato se consuma
E o mel, docemente, inunda
Afoga os dois corpos inteiros
Num orgasmo infindo de malícia nua...


Socorro Carvalho





*Um tempo vago...
Uma inspiração...
Pra você
Que tanto excita minha louca imaginação...
E, o mais importante, que tanto me faz feliz!
Porque essa cara?rsrs
É você mesmo...
Te Adoro!!




TEMPESTADE INTERIOR

Sinto-me só e desesperada
como se a minha existência se resumisse a um negro e gigantesco nó,
que se aperta cada vez mais em torno das horas e das noites.

Sinto-me vaga e cansada
como se já te tivesse perdido,
como se já não me conhecesse(s) ou tivesse ficado sem memória(s).

Sinto-me exausta e sonâmbula
como quem se entrega ao tempo sem saber se vai chegar,
como quem está a mais em todos os lugares.

Sinto-me ténue e monótona
como uma velha (in)cômoda,
que resiste, desconfiada e severa, à lenta passagem dos anos.

Sinto-me rebelde e inalcançável
como se me olhassem de soslaio e eu me risse,
num riso infinito, de mim,
de ti
e deste mundo
de inevitáveis desencontros.


Autoria: Helena de Sousa Freitas (Poeta portuguesa)