segunda-feira, abril 27, 2009

ASSIM TE VI BELA BELÉM...DO PARÁ


Da janela observo...
Prédios gigantes empilhados pelo progresso
Ladeiando minha solidão.
E entre as trilhas da emoção
Cá estou eu perdida entre a multidão.
Trancada nesse deserto de pedras.
A sirene insistente atordoa meu raciocínio
Sinaliza um fato.
Faz aumentar minha tensão.
Fecha-me na incerteza
Enche-me de medo
Da violência que marca aquele chão.
Enquanto isso...
O povo caminha
Indiferente ao meu medo e minha solidão.
Rostos estranhos, parecem ansiosos
Olhares distantes, diferentes horizontes,
Vagueiam perdidos entre os prédios de concreto
Que distanciam realidades
Realidades vazias, frias.
Engolidas pelo “ fantástico” progresso
Que faz dos homens prisioneiros
Da prisão tecnológica, fantasiada de liberdade
E o homem se mantém trancado na “liberdade” do seu quarto
Entre os bytes, kbytes, gigabytes e etc...
Agilizando negócios, lucros, faturamentos.
Distanciando-se cada vez mais do calor humano, (das amizades).
E assim, seguem os homens trancafiados em seus espaços
Escravos da ilusão “óptica” de uma liberdade (inexistente).
Uma liberdade que lhe rouba o nome e o sobrenome
E o homem perde sua identidade
Transforma-se em arquivo
Resumindo-se a memória de um Pen drive.
A cidade é grande,
A população gigante segue a diante ...
Cercada por essa selva de pedras
Com paredes de concreta solidão.
Dia e noite
A grande cidade segue (seus passos apressados).
Enquanto eu cá de longe (trancada em meus medos)
Observo tudo lá do alto.
(Naquele quarto fechado.)
Mas apesar de tudo a vista é bela
E a cidade é Belém...
Belém do Pará!


Socorro Carvalho

*Foto "emprestada" de um site da intenert.