Da ousadia, de outrora, encontrada em sua boca
Recordo-me, em silêncio.
O sabor ardente do seu beijo
Hoje faz parte do saudosismo
Escondido em meu coração.
Escondido em meu coração.
No olhar silencioso, apenas, vagas lembranças
E tentativas vãs de roubar um beijo...
Para alimentar minha vaga ilusão.
Mas o beijo já não tem vida...
E flui sem muita inspiração.
A saudade do beijo quente ( de outrora)
Que tantas vezes fez acender a chama desse querer...
Hoje é apenas uma doce recordação
Pena que esse teimoso coração....
Ainda insista, tanto, em inúteis tentativas de acender essa ilusão.
E presa entre as rédeas da paixão
A mente confusa, ainda, insiste em acreditar
Que de alguma forma vai achar espaço
Que de alguma forma vai achar espaço
Na vaga expressão do seu olhar.
Mas é inútil sonhar.
Mas é inútil sonhar.
E de repente...
Vejo cada beijo ir, se perdendo de mim...
Deixando-me a boca carente,
Abrindo lacunas no coração.
E em cada instante dessa distância
Vai perdendo-se fugaz, por outros caminhos ( na contra mão)
Empurrando-me ao abismo da solidão.
Empurrando-me ao abismo da solidão.
Solidão fria que se retrata na distancia que aflige, atormenta..
Porém, uma forma suave de sinalizar seu desapego
Colocando, sutilmente, fim a essa louca e obstinada inspiração...
Poesia viva,
Tantas vezes escritas no segredo desse querer.
Tantas vezes escritas no segredo desse querer.
Socorro Carvalho