segunda-feira, junho 21, 2010

AO COLEGA GERSON GREGÓRIO EXPRESSO MINHA SINCERA HOMENAGEM

Em cada novo dia...
Quando a lua ainda nem bem se despediu  do sol...
No ar...
Desponta aquela voz a  ecoar alegria  no coração da Amazônia.
 
Com seu jeito simples e humilde de comunicar.
Ele, sempre, chega sob o "bg"  alegre de um forró...
Quem é ele?
É Gerson Gregório o cumpade Gersonnnnnnn!
Com seu famoso Alvorada Rural...
Entrando no ar, pelas ondas da Rádio Rural.
E com sua alegria peculiar nos fazendo acordar.
Voz potente ou de locutor de FM?
Ele não tem.
Vocabulário com palavras difíceis?
Nem pensar.
Ele ia ter "dificulidade" pra expressar.
Mas tem a poética da vida na voz da comunicação popular.
Com a simplicidade no falar
Faz-se propagar no mais longíquo lugar.
Tem na voz uma essência pura
Que se contrasta e se
 faz gostosa no ouvido do e da  ouvinte que,
Mesmo cedinho já está a escutar.
Assim...
Em cada novo dia vai escrevendo as páginas coloridas de sua história.
Com sua sabedoria ímpar.
Acorda o caboclo, o pescador, o advogado, o doutor e etc...
Convida dona Maria pra fazer o café, desperta o agricultor.
Acorda o carteiro Bai...
Apelido carinhoso que só ele entende o significado.
E assim, vai seguindo madrugada, a fora, com seu estilo de fazer rádio.
Em meio as piadas, corta o som do forró...
Uma nota fúnebre ele vai anunciar.
Mas terminada a nota, sobe o som, a vida continua e o forró não pode parar...
E cumpadre Gerson prossegue com seu jeito engraçado de falar.
Abraço é o que não falta, abraça pra cá, abraça pra lá...
È cumpade daqui é comade dali e na “ dinolência” da minha rede
Continuo - o a escutar.
Gosto daquele jeito de acordar!
Sem ouvir nada de problemas e nem pessimismo para calejar meu dia.
Por isso, mesmo que seja feito por um velho dinossauro do Rádio, 
Ainda prefiro continuar sintonizada no  Alvorada Rural,
Na expectativa de ouvir...mais uma alegria musical.
E foi assim com essa simplicidade
Que Gerson conseguiu conquistar do público santareno
O respeito pelo seu trabalho.
Respeito do seu ouvinte mais simples
até ao mais alto escalão de autoridades.
A resposta a todo esse respeito do povo dessa cidade.
Veio na mais alta honraria já concedida a um filho santareno.
A medalha Padre João Felipe Betendorff!!!
E sob centenas de aplausos Compadre Gerson foi agraciado.
E lá ele estava todo bonito e vestido como uma autoridade.
Para receber através daquele símbolo
O carinho do povo que aprendeu a respeitá-lo e admirá-lo.
Foto daqui e dali, e em meio a tantos e tantas, um homem bem vestido e elegante
Chega sorridente e diz:
_ “ Compadre Gerson, tire uma foto comigo. Escuto você todos os dias. Sou seu fã”.
O que me fez perceber que o Alvorada Rural é ouvido com respeito e com amor.
Prova de que a simples e preciosa dignidade ainda  tem valor e é respeitada.
Cumpadre Gerson foi agraciado, homenageado, fotografado junto com diversas autoridades.
De cabeça erguida ele estava lá, entre os mais renomados homenageados.
Isso  sem jamais precisar subestimar ou desprezar
Conhecimento, talento ou capcidades alheias.
Gerson foi reconhecido pelo seu próprio mérito.
Sem precisar se autopromover por meios escusos ou trapaceiros.
Esse é o reconhecimento verdadeiro.
Parabéns Prefeita Maria do Carmo!!!
Por ter sido a grande porta voz dessa linda e merecida homenagem.
E em meio a toda essa festa de alegria e simplidade,
junto-me a alegria do Gerson
Para dizer que além do engravatado, também, sou sua fã viu Gerson, cabra danado!!!
Parabéns, Gerson!!!


E que Deus permita, sempre, que sejais por muito tempo...
Eesse cabra afoito que cheio de energia nos desperta nas madrugadas.

Parabéns Santarém, pelos 349 anos !!!

 
E lembre-se Gerson Gregório, que de alguma forma, você ajuda
 em  cada dia a escrever parte dessa História.

Um grande abraço



Com carinho da sua colega e ouvinte


Socorro Carvalho


A LITERATURA SEM SARAMAGO


 Aos 87 anos, morre José Saramago, expoente da literatura do século vinte. O escritor José Saramago escreveu que, generosa e inesgotável, a imaginação é o único preenchimento das lacunas de ocasiões perdidas que marcam o longo percurso da humanidade.

Hoje, quando corpo e matéria do autor português começam a despedir-se de nosso mundo, tem-se a certeza da permanência duradoura de seu o seu talento inventivo e de sua genialidade criativa.

Saramago morreu neste dia 18 de junho, aos 87 anos de idade, vítima de uma pneumonia crônica. Deixou a vida em sua residência, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, na presença de sua esposa.

A imaginação, que fez de Saramago um dos mais significativos nomes da literatura contemporânea em todo o mundo, também o levou a defender que um escritor deve ter posicionamento perante a vida em sociedade. “Depois de morto, o escritor será julgado segundo aquilo que fez. Reivindiquemos, enquanto ele estiver vivo, o direito a julgá-lo também por aquilo que é”, escreveu no ensaio Sobre literatura, compromisso e transformação social. Talvez por isso, Saramago utilizou a literatura para enfrentar as lacunas que se apresentam na sociedade de forma sutil ou disfarçada, mas que levam as pessoas a confiarem no mundo sem mudanças, tornando normal e pétrea a desigualdade, a injustiça e a opressão entre homens e mulheres.

Escritor engajado na vida política e social, especialmente em favor dos direitos humanos, José Saramago não deixou de denunciar aqueles que, disfarçados entre as causas justas, promovem os interesses dos poderosos ou refreiam.

As marcas de sua obra são o elevado domínio e conhecimento da língua, o uso fácil e fluente da narrativa e o mergulho profundo na condição humana e na história do mundo. Desde o lançamento de Memorial do Convento, em 1982, José Saramago tornou-se autor de obras importantes da literatura do Século XX. Em 1998, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, com o seu livro O evangelho segundo Jesus Cristo. A sua última publicação, Caim, ocorreu no ano passado, constituindo-se numa leitura de fina ironia sobre o Velho Testamento bíblico. Como no livro que redeu-lhe o Nobel, Caim foi muito criticado pela igreja, instituição que Saramago combateu ao longo de toda a sua vida.

Outra obra de fôlego, editada em 1995, O ensaio sobre a cegueira marcou definitivamente o reconhecimento do romancista José Saramago. O livro mostra as perversidades que ocorrem entre os homens e que aviltam a razão humana. “Escrevi Ensaio sobre a cegueira para recordar a que o leria que usamos perversamente a razão quando humilhamos a vida, que a dignidade do ser humano é insultada todos os dias pelos poderosos de nosso mundo, que a mentira universal ocupa o lugar das verdades plurais, que o homem deixou de respeitar-se a si mesmo quando perdeu o respeito a seu semelhante”, deixou escrito.

De família humilde, o que o impediu o escritor de concluir os seus estudos e o levou a trabalhar já aos doze anos de idade, José Saramago nunca abandonou as suas origens, sempre fazendo referências ao seu passado difícil e à sua vida em família. Ao receber o prêmio Nobel, referiu-se ao seu avô assim: “O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler e nem escrever”. Com isso, Saramago também demonstrou que não a cultura não está presente apenas na academia ou na educação formal, como defendem alguns.

Pouco antes de morrer, José Saramago anunciou que já trabalhava em um novo livro, onde iria abordar a indústria armamentista, os interesses envolvidos neste ramo e a banalização da vida humana.

Saramago se foi. A aventura humana continua, assim como permanece a procura: “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome. Essa coisa é o que somos”.




PRESIDENTE LULA PRESTA SOLIDARIEDADE
AO POVO PORTUGUÊS PELA MORTE DE SARAMAGO



"Ele contribuiu de maneira decisiva para valorizar a língua portuguesa. De origem humilde, tornou-se autodidata e se projetou como um dos maiores nomes da literatura mundial. Recebeu o Prêmio Camões, distinção máxima conferida a escritores de língua portuguesa, e o Prêmio Nobel de Literatura. Nós, da comunidade lusófona, temos muito orgulho do que o seu talento fez pelo engrandecimento do nosso idioma. Intelectual respeitado em todo o mundo, Saramago nunca esqueceu suas origens, tornando-se militante das causas sociais e da liberdade por toda a vida. Neste momento de dor, quero me solidarizar, em nome dos brasileiros, com toda a nação portuguesa pela perda de seu filho ilustre", escreveu Lula em comunicado à imprensa.