terça-feira, setembro 20, 2011

ONG IRÁ LANÇAR SITE PORNÔ EM DEFESA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS

Elisabetta Canalis estrela a mais recente campanha da PETA: "Prefiro sair nua a usar peles", diz o cartaz 

Uma nova campanha da PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, na sigla em inglês) pretende misturar pornografia e imagens chocantes de violência contra animais para conscientizar as pessoas. Quem acessar o site, que será lançado em dezembro, encontrará conteúdo pornográfico e vídeos de maus-tratos contra os bichos, além de links para sites sobre vegetarianismo.
  

"Esperamos alcançar uma nova audiência, mas algumas pessoas ficarão chocadas com as imagens grotescas que podem não ter previsto ver quando foram para o site da PETA," disse a diretora-associada de campanhas da entidade, Lindsay Rajt, de acordo com a agência Reuters.


A PETA tem sido muito criticada por usar a imagem de mulheres nuas ou semi-nuas em propagandas. Além disso, a ONG usou recentemente a foto de uma mulher obesa para apelar pelo fim da caça às baleias. A organização também é conhecida por criticar celebridades sempre que usam roupas com pele ou penas de animais. Para o lançamento de sua fragrância, Reb’l Fleur, em Londres, a cantora Rihanna investiu numa blusa feita com penas de avestruz e foi criticada pela PETA.



CONCURSO PREMIA JOVENS COM ARMAS E MUNIÇÃO NA SOMÁLIA ‎

Imagem do site somali Wararka Amiirnuur mostra criança recebendo uma arma de fogo no concurso 



Três jovens somalis de idades entre dez e 17 anos foram premiadas com armas de fogo e granadas em um concurso de declamação do Alcorão promovido pela estação de rádio Andulus, controlada pelo grupo extremista islâmico Al-Shabab. As informações são do jornal britânico The Guardian.
Imagem do site somali Wararka Amiirnuur mostra criança recebendo uma arma de fogo no concurso
O evento fazia parte das comemorações do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, que terminou em agosto. Além de avaliar a declamação do livro sagrado, o concurso também testava os conhecimentos gerais dos jovens.

Como prêmio, o vencedor recebeu um fuzil AK-47 e o equivalente a 700 dólares, o segundo colocado, um AK-47 e 500 dólares e o terceiro, duas granadas de mão e 400 dólares. Além das armas, as crianças também ganharam livros religiosos.


O AMOR IMPOSSÍVEL É O VERDADEIRO AMOR




Outro dia escrevi um artigo sobre o amor. Depois, escrevi outro sobre sexo.

Os dois artigos mexeram com a cabeça de pessoas que encontro na rua e que me agarram, dizendo: "Mas... afinal, o que é o amor?" E esperam, de olho muito aberto, uma resposta "profunda". Sei apenas que há um amor mais comum, do dia-a-dia, que é nosso velho conhecido, um amor datado, um amor que muda com as décadas, o amor prático que rege o "eu te amo" ou "não te amo". Eu, branco, classe média, brasileiro, já vi esse amor mudar muito. Quando eu era jovem, nos anos 60/70, o amor era um desejo romântico, um sonho político, contra o sistema, amor da liberdade, a busca de um "desregramento dos sentidos". Depois, nos anos 80/90 foi ficando um amor de consumo, um amor de mercado, uma progressiva apropriação indébita do "outro". O ritmo do tempo acelerou o amor, o dinheiro contabilizou o amor, matando seu mistério impalpável. Hoje, temos controle, sabemos por que "amamos", temos medo de nos perder no amor e fracassar na produção. A cultura americana está criando um "desencantamento" insuportável na vida social. O amor é a recusa desse desencanto. O amor quer o encantamento que os bichos têm, naturalmente.


Por isso, permitam-me hoje ser um falso "profundo" (tratar só de política me mata...) e falar de outro amor, mais metafísico, mais seminal, que transcende as décadas, as modas. Esse amor é como uma demanda da natureza ou, melhor, do nosso exílio da natureza. É um amor quase como um órgão físico que foi perdido. Como escreveu o Ferreira Gullar outro dia, num genial poema publicado sobre a cor azul, que explica indiretamente o que tento falar: o amor é algo "feito um lampejo que surgiu no mundo/ essa cor/ essa mancha/ que a mim chegou/ de detrás de dezenas de milhares de manhãs/ e noites estreladas/ como um puído aceno humano/ mancha azul que carrego comigo como carrego meus cabelos ou uma lesão oculta onde ninguém sabe".


Pois, senhores, esse amor existe dentro de nós como uma fome quase que "celular". Não nasce nem morre das "condições históricas"; é um amor que está entranhado no DNA, no fundo da matéria. É uma pulsão inevitável, quase uma "lesão oculta" dos seres expulsos da natureza. Nós somos o único bicho "de fora", estrangeiro. Os bichos têm esse amor, mas nem sabem.



(Estou sendo "filosófico", mas... tudo bem... não perguntaram?) Esse amor bate em nós como os frêmitos primordiais das células do corpo e como as fusões nucleares das galáxias; esse amor cria em nós a sensação do Ser, que só é perceptível nos breves instantes em que entramos em compasso com o universo. Nosso amor é uma reprodução ampliada da cópula entre o espermatozóide e óvulo se interpenetrando. Por obra do amor, saímos do ventre e queremos voltar, queremos uma "reintegração de posse" de nossa origem celular, indo até a dança primitiva das moléculas. Somos grandes células que querem se re-unir, separados pelo sexo, que as dividiu. ("Sexo" vem de "secare" em latim: separar, cortar.) O amor cria momentos em que temos a sensação de que a "máquina do mundo" ou a máquina da vida se explica, em que tudo parece parar num arrepio, como uma lembrança remota. Como disse Artaud, o louco, sobre a arte (ou o amor) : "A arte não é a imitação da vida. A vida é que é a imitação de algo transcendental com que a arte nos põe em contato." E a arte não é a linguagem do amor? E não falo aqui dos grandes momentos de paixão, dos grandes orgasmos, dos grande beijos - eles podem ser enganosos. Falo de brevíssimos instantes de felicidade sem motivo, de um mistério que subitamente parece revelado. Há, nesse amor, uma clara geometria entre o sentimento e a paisagem, como na poesia de Francis Ponge, quando o cabelo da amada se liga aos pinheiros da floresta ou quando o seu brilho ruivo se une com o sol entre os ramos das árvores ou entre as tranças da mulher amada e tudo parece decifrado. Mas, não se decifra nunca, como a poesia. Como disse alguém: a poesia é um desejo de retorno a uma língua primitiva. O amor também. Melhor dizendo: o amor é essa tentativa de atingir o impossível, se bem que o "impossível" é indesejado hoje em dia; só queremos o controlado, o lógico. O amor anda transgênico, geneticamente modificado, fast love.



Escrevi outro dia que "o amor vive da incompletude e esse vazio justifica a poesia da entrega. Ser impossível é sua grande beleza. Claro que o amor é também feito de egoísmos, de narcisismos mas, ainda assim, ele busca uma grandeza - mesmo no crime de amor há um terrível sonho de plenitude. Amar exige coragem e hoje somos todos covardes".


Mas, o fundo e inexplicável amor acontece quando você "cessa", por brevíssimos instantes. A possessividade cessa e, por segundos, ela fica compassiva. Deixamos o amado ser o que é e o outro é contemplado em sua total solidão. Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de "compaixão" pelo nosso desamparo.


Esperamos do amor essa sensação de eternidade. Queremos nos enganar e achar que haverá juventude para sempre, queremos que haja sentido para a vida, que o mistério da "falha" humana se revele, queremos esquecer, melhor, queremos "não-saber" que vamos morrer, como só os animais não sabem. O amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver. Como os relâmpagos, o amor nos liga entre a Terra e o céu. Mas, como souberam os grandes poetas como Cabral e Donne, a plenitude do amor não nos faz virar "anjos", não. O amor não é da ordem do céu, do espírito. O amor é uma demanda da terra, é o profundo desejo de vivermos sem linguagem, sem fala, como os animais em sua paz absoluta. Queremos atingir esse "absoluto", que está na calma felicidade dos animais.



Arnaldo Jabor



JÚNIOR CAMPOS É O SEGUIDOR NÚMERO 100 DAS MINHAS INSPIRAÇÕES!!!




Hoje, 20 de setembro o blog Minhas Inspirações e Etc... completa a lista de 100 seguidores (as).  E fecha a centena de participantes com  um dos maiores blogueiros de Santarém o Júnior Campos - Blog do JK.
Um blog bem legal e que sempre faço questão de acessar pelo dinamismo das  atualizações sempre abordando temáticas atuais. Além disso, serve como instrumento de divulgação e outros blogs da região.Com isso dá a oportunidade para que todos e todas possam garantir espaço e divulgação por meio da vasta indicação de links  feitas no blog do JK.

Quem ainda não conhece eu recomendo a  ir lá clicando Aqui.


POSIÇÃO CRÍTICA FRENTE AO PLEBISCITO PELA CRIAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS



O Conselho Indígena dos rios Tapajós e Arapiuns (CITA), criado em 2000, hoje representa 52 aldeias dos povos Apiaká, Arapium, Arara Vermelha, Borary, Cara Preta, Cumaruara, Jaraqui, Maytapu, Munduruku, Tapajó, Tupaiu e Tupinambá, nos municípios de Aveiro, Belterra e Santarém. O Grupo Consciência Indígena (GCI), criado em 1997 em Santarém, tem trabalhado intensamente na promoção do orgulho indígena, na divulgação da história e das culturas indígenas e na defesa dos direitos desses povos na região do baixo rio Tapajós. É com o olhar sobre esses 14 anos de luta pela demarcação das Terras Indígenas e pela implantação efetiva da educação e da saúde indígena diferenciadas, não esquecendo aqueles que foram sempre nossos aliados e aqueles que estão sempre tentando deslegitimar nosso movimento e nossas reivindicações, que CITA e GCI vêm a público manifestar sua posição crítica em relação ao Plebiscito sobre a Criação do Estado do Tapajós. 


Ainda que todos os partidos políticos, igrejas e entidades patronais e dos trabalhadores estejam juntos anunciando a possível criação do Estado do Tapajós de forma otimista, como algo que vai trazer muitas mudanças positivas para a vida do povo da região, nós os indígenas preferimos ficar “desconfiados”. Ora, os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores da região nunca estiveram na frente do movimento pela criação do Estado do Tapajós, porque essa não era sua reivindicação e também porque não eram convidados. Esse movimento foi iniciado e liderado nos últimos anos por políticos. E nós temos aprendido que o que é bom para essa gente dificilmente é bom para nós. E o que é bom e urgente para nós, como a demarcação das nossas Terras Indígenas (TI), parece que não tem nenhuma importância para eles.


O caso específico dos impactos da criação do Estado do Tapajós sobre a demarcação das Terras Indígenas (TI) na região é o que mais nos preocupa. E precisamos estar atentos. Não existe uma lei que coloque restrição ao tamanho de uma TI ou ao conjunto das TI a serem demarcadas num Estado. O que vale é o que está na Constituição sobre o direito dos povos indígenas. Mas sabemos que em Brasília os deputados e senadores querem que esses dispositivos sejam alterados para fixar um limite para a área de TI por Estado. A partir de uma determinada porcentagem da área de um Estado formada por TI e Unidades de Conservação não seria mais possível demarcar novas Terras Indígenas. Existe em tramitação no Congresso Nacional uma PEC do Senador Mozarildo Cavalcanti (RR) propondo isso. Ele mesmo é um ardoroso defensor do Estado do Tapajós. E em Roraima ele era líder do grupo que tanto fez contra a homologação da TI Raposa Serra do Sol. Como esquecer isso?


Por outro lado, na Ação julgada pelo STF sobre a TI Raposa Serra do Sol o argumento de que um Estado da Federação não poderia ser inviabilizado pelo tamanho das TI foi largamente utilizado, ensejando inclusive uma orientação para maior participação dos estados e municípios no processo demarcatório das terras indígenas. A Condicionante 19 estabelecida pelo STF diz que:  É assegurada  a efetiva participação dos entes federativos em todas as Etapas do processo de demarcação. Ou seja, a partir de agora, os Estados vão poder interferir (e até impedir) a demarcação de Terras Indígenas. Ora, sabe-se que 73% da área do provável Estado do Tapajós são Unidades de Conservação e TI. Sendo assim, com o novo Estado é quase certo que esse vai ser um poderoso argumento dos setores contrários a demarcação das TI na região. Quem estava por trás da campanha ferrenha contra os "falsos índios" do Tapajós e Arapiuns, se não nobres políticos que agora estão no Movimento pelo Sim ao Tapajós? Se não estavam por trás, qual deles veio a público se manifestar a favor dos indígenas?


 Temos nossas razões para ficar desconfiados, pois se depender dos parlamentares e governantes que temos no Oeste do Pará, não haverá mais demarcação de TI na região, ou, se houver, serão demarcadas TI extremamente reduzidas, para “não inviabilizar o desenvolvimento do Estado”.


Diante disso, não nos juntamos aos que fazem campanha pelo SIM, e nem faremos campanha pelo NÃO. CITA e GCI não indicam voto, pois cada indígena e cada aldeia tem autonomia para melhor escolher seus caminhos. Mas por questão de responsabilidade, pedimos a todos os indígenas, suas aldeias e nossos amigos que reflitam bastante, e tomem uma posição mais crítica ao invés de apenas embarcar em projetos que podem nos prejudicar mais do que ajudar na nossa longa luta por direitos e dignidade.


Santarém (PA), 16 de setembro de 2011

Nota enviada ao meu email pelo grupo   Anaindi -
Por  Florêncio   Vaz