sexta-feira, fevereiro 10, 2012

VOCÊ É MUITO ESPECIAL


Existe um momento em nossa vida, que despertamos para o mundo, como se tivessemos num sonho adormecido.
E buscamos dentro de nós uma força tão grande, uma expectativa esperançosa de ver nossos sonhos realizados.
É um momento só nosso, um momento de carência, de solidão e uma vontade louca de encontrar alguém que se perdeu no tempo, mas que se encontra presente no atual presente.
Observe-se, valorize o que você tem de bom para oferecer, ouça alguém que tem algo importante a lhe dizer, porque você é a pessoa mais especial desse mundo.
Algumas vezes, falamos para nós mesmos que não sabemos o significado da palavra amor, mas podemos senti-lo.
Podemos valorizar este sentimento por cada carícia, por cada gesto meigo, por cada bem praticado. Se existe alguém especial, esse alguém é você.
Pois você está acima do mal.
Muitas vezes, o bem e o mal estão dentro de nós, de você mesmo.
O mais importante é que você saiba eliminar este mal, agindo de maneira consciente, sendo útil, fazendo o bem para si mesmo e para as outras pessoas.
Portanto, o amor que você sente, você deve dividi-lo em quatro partes: o amor a Deus, o amor ao próximo, o amor aos seus parentes e amigos que sempre estiveram ao seu lado e o amor a si próprio.
Agindo assim, com essa capacidade de amar, você estará fazendo a sua história, estará escrevendo nas páginas do livro da vida; que só você; saberá o final.
Porque você... é muito especial!

Desconheço a autoria


IRMÃ DOROTHY STANG, UM SORRISO QUE CONTAGIA


O assassinato de Ir. Dorothy Stang, no dia 12 de janeiro de 2005, na área onde se desenvolvia um projeto de desenvolvimento sustentável PDS que aliava a produção familiar com a defesa do meio ambiente, como a missionária propugnava e defendia, provocou uma gigante onda de indignação nacional e internacional. Qual uma verdadeira tsunami, esta tragédia invadiu o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Tomou conta das redações dos jornais e dos estúdios das TV’s e das rádios. E seus abalos se sentiram em todo o mundo. A pequena e desconhecida Anapu passou a ocupar um lugar de destaque na geografia mundial. 

A reação do governo foi rápida. Ministros de Estado se deslocaram até Anapu (PA). Autoridades de todos os níveis se manifestaram condenando a agressão. O exército brasileiro deslocou contingentes para a região. Promessas de punição implacável dos culpados se repetiram. Medidas para regularizar a posse das terras foram anunciadas e áreas de proteção ambiental criadas. 

Não demorou muito tempo e os dois pistoleiros executores do crime foram detidos. Depois foi preso o intermediário que os contratou e por fim dois fazendeiros, apontados como mandantes do crime. As investigações da polícia federal apontaram para uma ação envolvendo um consórcio de fazendeiros e madeireiros interessados na eliminação desta missionária. Os executores do assassinato, Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista e o intermediário Amayr Feijoli da Cunha, o Tato, foram julgados e condenados num processo muito rápido para a morosidade da justiça paraense. Um dos mandantes, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi condenado a 30 anos de prisão, em 2007, porém, menos de um ano depois, em segundo julgamento, foi absolvido. Julgado novamente em abril de 2010, foi condenado, após 15 horas de julgamento, a 30 anos de prisão em regime fechado. Em outubro de 2011 ganhou o direito de cumprir o restante de sua pena em regime semiaberto. 

O outro acusado de ser mandante, Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, esteve preso durante um ano, mas foi solto, pouco depois, por habeas corpus emitido pelo Supremo Tribunal Federal. Julgado novamente em 2010, Regivaldo também foi condenado a 30 anos de prisão. O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), ao rejeitar a apelação, decretou sua prisão cautelar. Um pedido de habeas corpus foi feito para que o réu pudesse permanecer em liberdade até o julgamento do último recurso contra a condenação. Este foi negado na última segunda feira, 10 de fevereiro, pelo relator do caso, desembargador convocado Adilson Vieira Macabu, que considerou não haver elementos que justificassem sua libertação. 

As outras medidas governamentais não surtiram o efeito proclamado. Pior do que isso, em 2008 e 2009, o governo federal publicou as medidas provisórias 422 e 458 que acabam regularizando a grilagem de terras na Amazônia em áreas de até 1500 hectares. Com o discurso de propor um ordenamento jurídico para a ocupação da Amazônia, pavimenta-se, na realidade, o caminho para a ampliação do agronegógio, com suas monoculturas predatórias e voltadas para a exportação. Além disso, o projeto de reformulação do Código Florestal e a aberração com nome de Belo Monte, abrirão grandes feridas na Amazônia de Dorothy, de Chico Mendes e de tantos outros e outras, cujo sangue semeia e fertiliza as terras amazônicas. Em 2011, essa mesma realidade vitimou, também, José Cláudio e Maria do Espírito Santo, assassinados por defender a floresta e a convivência harmônica dos povos com ela. 

Passados sete anos, o que impressiona é que a presença de Dorothy, antes confinada a Anapu, multiplicou-se. A irradiação do seu sorriso contagia pessoas no mundo todo. Sua morte irrompeu com a força da ressurreição. Sua ação, humilde e desconhecida, pequena e quase isolada, expandiu-se por todos os cantos do Brasil, conquistando corações e mentes e ganhou as dimensões do mundo. 
Dom Erwin Kräutler, o bispo do Xingu, em cuja diocese Dorothy exercia seu trabalho pastoral, disse na missa do quarto aniversário de sua morte: “O sangue derramado engendrou uma luta que nunca mais parou. Sepultamos os mártires, mas o grito por uma sociedade justa e pela defesa do meio-ambiente tornou-se um brado ensurdecedor.”

Em vários lugares do Brasil, como em Belém e em Fortaleza, serão realizadas celebrações para lembrar os sete anos sem irmã Dorothy. No domingo, (12), em Belém será celebrada uma missa  às 10h.


Comissão Pastoral da Terra


FRASE LINDA!!




“A natureza é sábia e justa. 
O vento sacode as árvores, move os galhos
 para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol.” 

  
Humberto Campos
Escritor



UMA SEMANA EM MAMIRAUÁ

Eu e a Samaúma. Foto: Nathan Shepard

“Quando o rio baixa, as famílias logo começam a plantar para dar tempo de colher. É sempre uma luta. Se a seca dura mais, a gente lamenta ter plantado pouco. Se a cheia vem forte antes do tempo, perdemos muito. Nunca sabemos direito, mas precisamos ser pacientes. Como minha mãe dizia, aqui na floresta a gente está sempre recomeçando”. Ednelza Martins fala calmamente, no ritmo da correnteza que passa às suas costas. Tem histórias para contar, receitas de remédio para ensinar, lendas e causos para instigar a criatividade do ouvinte. Há quatro anos ela é gerente da Pousada Uacari, localizada dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá.

Mamirauá fica a uma hora e meia de barco de Tefé e 600 km de Manaus, no Rio Solimões. A saga parece cansativa, mas é insignificante quando se chega à reserva. Visitamos duas comunidades, conhecemos sobre sua cultura, vimos muita vida na floresta, do macaco uacari a carapanãs (pernilongos) super poderosos, sapos, jacarés. De pequeninas frutas murumurus a cipós, pés de munguba e a gigantesca Samaúma.

Eu quase chorei quando estava lá, no meio da maior floresta equatorial do mundo, aquele clima quente e úmido, as comidas deliciosas, os peixes todos, a noite que passamos no meio da floresta com o guia (Sr. Chiquinho) na casa de palafitas envolta por telas. Os trovões e raios que nunca trouxeram chuva, mas que nos iluminaram a noite toda junto com inúmeros vaga-lumes. Os macacos guariba escandalosos. As cobras venenosas. As aranhas cabeludas, mas inofensivas. O cacau fresco que abrimos e cujas sementes degustamos quando, ao mesmo tempo, vimos o pôr do sol no Lago Mamirauá rodeados de pássaros.

Foram dez dias de conhecimento, novidades a cada bafo quente de vento, a cada respiro. A gente acordava e ia observar a vida na floresta.  “Chegar em Mamirauá é como chegar ao paraíso. Os botos saltando ao lado do barco, as borboletas e os pássaros saudando os novatos, aquela imensidão verde ao redor”, declara Deise Nishimura, bióloga paulistana que passou nove meses na reserva estudando os carismáticos botos cor-de-rosa. Opinião semelhante tem o fotojornalista Valdemir Cunha. “É o céu estrelado mais incrível que já vi”, afirma.

“É espetacular estar em uma canoa percorrendo a floresta inundada. Não tem comparação a nada que eu já tenha experimentado antes”, declara Nathan Shepard, estadunidense, em sua primeira experiência amazônica. Para o inglês Michael Leigh, “comparada à rotina da cidade, a lembrança mais forte que tenho desta viagem é de tranquilidade”.

Quem vai a Mamirauá volta diferente. Seja por ter conseguido avistar o raro uacari branco ou por ter passado uma noite na casa da floresta, visto o pôr do sol na canoa, conhecido moradores locais, conversado com pesquisadores, tentado enxergar o topo da gigantesca Samaúma, ter sido apresentado à munguba, ao pássaro alencorne, à osga (um réptil) ou simplesmente observado a natureza em sua máxima exuberância. Uma viagem à Amazônia nos ensina que, para apreciá-la ao máximo, como lembra a dona Ednelza, precisamos ser pacientes, mudar o olhar e recomeçar. Tudo muito intenso, justamente por ser novo para mim. Ou porque a floresta é intensa mesmo.

Christiane Kokubo é jornalista, trabalha com turismo e hotelaria e certamente nunca mais vai se esquecer de sua primeira viagem pela Amazônia


Fonte: O Eco