sexta-feira, março 22, 2013

SANTARENA É CONVIDADA PARA OCUPAR CARGO NACIONAL NO MEC

Professora Lucineide Pinheiro
Professora Lucineide Pinheiro,  ex-secretária de educação de Santarém, foi convidada para ocupar o cargo de coordenadora nacional do ensino fundamental, sendo responsável do 1º ao 9º ano em todo o país. A função é ligada a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação.

Ontem, 21, o ministro da educação, Aloizio Mercadante, encaminhou o pedido de cessão da santarena ao reitor da UFOPA, José Seixas Lourenço, solicitando a cedência para Brasília. Ela é servidora há mais de 20 anos da Universidade Federal do Pará, depois migrou para Universidade Federal do Oeste do Pará.
Ao longo de sua carreira profissional já atuou na gestão de escolas estaduais, foi coordenadora do campus da UFPA em Santarém, secretária de educação na gestão da ex-prefeita Maria do Carmo por 7 anos e se destacou pela realização de inúmeras pesquisas no Oeste do Pará voltadas para educação, além da defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Foi representante da União Nacional dos Dirigentes Municipal da Educação (UNDIME). Em 2012 foi candidata do PT à Prefeitura de Santarém.
 
 
No período que foi titular da SEMED, foi convidada para várias comissões nacionais, como transporte escolar e educação integral, por reconhecimento a revolução que realizou na educação local. Em sua gestão foram construídas e reformadas mais de 200 escolas municipais, a alimentação escolar passou a ser distribuída diariamente e com qualidade, o fardamento distribuído gratuitamente para toda a rede municipal e as escolas do campo ganharam novas oportunidades.
Os destaques também foram para os programas criados, como Arte na Escola da Gente que atendeu mais 60 mil crianças e adolescentes, ampliação do Casinha de Leitura, Pró Jovem, Pró Letramento, Escola do Parque, Escola da Floresta e Educimat. As três escolas de tempo integral - Enfermeira Selma Carolina (Urumari), Irmã Dorothy (Eixo Forte), Frei Fabiano (Caranazal) e o primeiro Centro de Educação Infantil Paulo Freire também foram grandes marcas, além da valorização dos profissionais com a implantação do Piso Salarial Nacional. Deixou a SEMED com mais de 30 escolas em obras e recursos em conta para a construção de novas quadras cobertas e Unidades Municipais de Educação Infantil (creches).
 Lucineide Pinheiro não confirmou ao MEC se aceita o convite. “Gostamos deste reconhecimento, no entanto, estamos analisando para assim dizermos ao ministro Mercadante e sua equipe se iremos para o trabalho em Brasília”, destacou a professora.
 

A PIPA E A FLOR



Poucas pessoas conseguiram definir tão bem os caminhos do amor como Rubens Alves, numa fábula surpreendente, cujos personagens são uma pipa e uma flor.

 A história começa com algumas considerações de um personagem que deduzimos ser um velho sábio. Ele observa algumas pipas presas aos fios elétricos e aos galhos das árvores e afirma que é triste vê-las assim, porque as pipas foram feitas para voar. Acrescenta que as pessoas também precisam ter uma pipa solta dentro delas para serem boas. Mas aponta um fator contraditório: para voar, a pipa tem que estar presa numa linha e a outra ponta da linha precisa estar segura na mão de alguém. Poder-se-ia pensar que, cortando a linha, a pipa pudesse voar mais alto, mas não é assim que acontece. Se a linha for cortada, a pipa começa a cair.

 Em seguida, ele narra a história de um menino que confeccionou uma pipa. Ele estava tão feliz, que desenhou nela um sorriso. Todos os dias, ele empinava a pipa alegremente. A pipa também se sentia feliz e, lá do alto, observava a paisagem e se divertia com as outras pipas que também voavam.

 Um dia, durante o seu vôo, a pipa viu lá embaixo uma flor e ficou encantada, não com a beleza da flor, porque ela já havia visto outras mais belas, mas alguma coisa nos olhos da flor a havia enfeitiçado. Resolveu, então, romper a linha que a prendia à mão do menino e dá-la para a flor segurar. Quanta felicidade ocorreu depois! A flor segurava a linha, a pipa voava; na volta, contava para flor tudo o que vira.

Acontece que a flor começou a ficar com inveja e ciúme da pipa. Invejar é ficar infeliz com as coisas que os outros têm e nós não temos; ter ciúme é sofrer por perceber a felicidade do outro quando a gente não está perto. A flor, por causa desses dois sentimentos, começou a pensar: se a pipa me amasse mesmo, não ficaria tão feliz longe de mim…

Quando a pipa voltava de seu vôo, a flor não mais se mostrava feliz, estava sempre amargurada, querendo saber com que a pipa estivera se divertindo. A partir daí, a flor começou a encurtar a linha, não permitindo à pipa voar alto. Foi encurtando a linha, até que a pipa só podia mesmo sobrevoar a flor.

Esta história, segundo conta o autor, ainda não terminou e está acontecendo em algum lugar neste exato momento.

Há três finais possíveis para ela:

1 – A pipa, cansada pela atitude da flor, resolveu romper a linha e procurar uma mão menos egoísta.

2 – A pipa, mesmo triste com a atitude da flor, decidiu ficar, mas nunca mais sorriu.

3 – A flor, na verdade, era um ser encantado. O encantamento quebraria no dia em que ela visse a felicidade da pipa e não sentisse inveja nem ciúme. Isso aconteceu num belo dia de sol e a flor se transformou numa linda borboleta e as duas voaram juntas.

Autoria: Rubem Alves
A Pipa e a Flor – São Paulo, Edições Loyola