Foto: do facebook do Paulo Paixão |
Sua mãe nasceu no mar e era, inteirinha, amor ao mar. Ah!
Você quer saber o que é o amor… Amar é querer trazer para bem perto aquilo que
está longe, abraçar, esforço de pôr dentro aquilo que está fora, beber, com
prazer, aquilo que fez os olhos sorrir. Pois é: ela bebia do mar tudo o que
via, e o mar nela morava e ela o mar namorava: a imensidão azul mistério, as
coisas que viviam nas suas funduras: corais vermelhos, algas verdes, peixes de
cores brilhantes, incebergs branco-gelados de mares não vistos, músicas
silenciosas de catedrais encantadas. Assim era o corpo da jovem. Você acha
estranho? Pensava que o corpo era feito de carne, de sangue e de ossos? Puro
engano. Nosso corpo é feito daquilo que o amor pôs lá dentro. E onde o amor
quis, mas não pôde, ficou um vazio, que é onde mora a saudade… Assim era o
corpo daquela jovem, quase menina: havia os sons acolhidos por seus ouvidos,
barulho de ondas, um paciente ir e vir sem fim como a vida… Odores de coisas
marinhas entravam lá dentro pelas narinas pulsantes e faziam bem a lugares
ocultos; perfumes azuis de marolas e aromas de pérolas brancas…Leia o texto completo...