Anualmente,
celebra-se em diversos países o mês da prevenção e detecção precoce do câncer
de mama: é o Outubro Rosa, movimento popular que teve sua primeira edição na
Califórnia (EUA), em 1997, e espalhou-se pelo mundo. Neste mês, campanhas
divulgam informações sobre a doença e, especialmente, a importância de
detectá-la em estágio inicial, quando as chances de cura chegam a 100%.
João
Ricardo Auler Paloschi, mastologista do Hospital Amaral Carvalho (HAC), explica
que este é um movimento de conscientização. “Muitas pessoas têm a visão de que
o câncer de mama é uma sentença de morte e o Outubro Rosa é uma oportunidade de
mostrar à população que há qualidade de vida pós-tratamento e chances elevadas
de cura”.
A
necessidade do autoconhecimento e valorização da mulher veem à tona no mês
cor-de-rosa. De acordo com Paloschi, as pessoas precisam ver além dos mitos que
rondam o assunto. “É um lembrete às mulheres de que elas devem estar atentas
não só às mamas, mas à sua saúde de maneira geral”, enfatiza.
Informação
O
câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil e na
maioria dos outros países. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no
período de 2012 / 2013 cerca de 53 mil novos casos de câncer de mama serão
detectados no país. Desses, estima-se aproximadamente 12 mil mortes. Contudo,
essa realidade pode mudar com a disseminação de informações. Não raro, quando
uma mulher diz que está com câncer de mama, em vez de encontrar apoio e
palavras de conforto, escuta lamentações e afirmações sem fundamento. Paloschi
esclarece que por isso é importante entender a doença. “Aquela história de que
‘quem procura, acha’ ou ‘é melhor não mexer, senão espalha’, são achismos que
devem ser banidos”.
O
médico é enfático ao dizer que a morte por câncer varia muito, de acordo com os
estadiamentos da doença: quanto mais avançada, maiores as chances de insucesso
no tratamento.
“Às
vezes me perguntam se é muito difícil dar um diagnóstico de câncer de mama.
Sinceramente, não é fácil! Mas é menos difícil do que se imagina, porque a
visão que as pessoas têm do câncer de mama, antes de conhecer a realidade, é
infinitamente pior do que aquilo que vou explicar para ela. Na verdade, o
câncer de mama na cabeça do indivíduo é muitas vezes incurável; a pessoa só consegue
enxergar o lado ruim e as dificuldades do tratamento. Quando mostro a
realidade, digo o que vai ser feito, quais são as chances, lógico que não é
agradável, mas o impacto é menor do que o esperado”, relata Paloschi.
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