Fim de tarde, à volta
pra casa. Sigo firme, porém, nesse caminhar um silêncio, faz ruído em meus passos. No olhar, ilusões se misturam naquela realidade louca
da cidade. Um vai e vem de gente, que caminha indiferente ao meu descompasso.
As ruas cheias, um trânsito corrido, disparado, buzinas, freadas, e na afobação contínua de tanta gente, continuo meu caminhar no rumo de casa. Na
mente, pensamentos se digladiam numa
incerteza aglomerada de situações, já nem sei mais quem sou. A perseverança é
tanta, mas não tamanha que se baste a minha “simplória” paciência, Outro dia de
luta, quase vencida. O ônibus passa, embarco e sigo pensando na vida, em
vontades adiadas. Sinto-me cercada por uma paisagem nublada. Sento em uma das
cadeiras com vista para rua que passa ou será eu, que passo nela. Ao meu redor, estranhos me olham, mas jamais conseguem
perceber minha “dor”, meu desconforto, minha mais completa inquietação. A noite vai chegando
escurecendo o dia enquanto em meu olhar, tudo
vai se perdendo entre as luzes da cidade. O ônibus segue mais rápido
alterando itinerários e em meu peito uma ânsia de chegar logo ou quem sabe até tomar
um rumo ignorado. Sei lá. Enquanto isso,
continuo a viagem, na janela do ônibus tentando encontrar na paisagem noturna
inspiração para poetizar o fim deste dia, sem paisagem, sem por do sol...As horas
passam, finalmente, chego em casa. No aconchego da família abandono as
tristezas e revigoro-me. O dia não foi fácil ou quem sabe essa tristeza tenha sido apenas um
sinal de Deus que, conforme diz um velho
ditado, escreve certo por linhas tortas....Quem sabe?! Só Deus é que
sabe... Eu creio. Pois só Ele é meu Único Refúgio e Verdade. Fim do dia sem por do sol, nesta segunda-feira, na volta pra casa...
Socorro Carvalho
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