Zanzei a pé pela noite de sabado, desci a Inácio Correa,
caminhei pela orla ali construída pelo Lira Maia, arruinada pela Do Carmo e não
varrida pelO Alexandre. Será que pra mandar varrer o chão o prefeito vai
governar que nem o PT, dependendo das “pãrcerias”? Vai ver precisa de alguma
reunião com os companheiros do partido, você sabe como são essas decisões
importantes. Não podem ser tomadas intempestivamente.
Andei até o mercado Modelo. No apodrecido centro de
Santarém, o drama é aquilo ali. Gente triste, fudida e mal paga mimetizada com
a paisagem imunda e contando as merrecas pra comer alguma coisa no domingo de
Páscoa. Churrasquinho, 3 Reais, “acompanha” refri de copo. Subi a Francisco
Correa, vou pra casa pensei, passando em frente ao puteirinho da Camelinha.
Entrei movido pela curiosidade mórbida.
Duas putas obesas me receberam. Passei por elas e fui pegar
minha cerveja num balcão onde a Camelhinha me atendeu. Dali observei o salão.
Encostadas nas paredes, contei 07 mesas – cada uma com uma lata de cerveja em
cima e um cara desanimado sentado atrás. Eu era o 13º.
Mal sentei, veio uma gorducha sorridente em minha direção.
Chegou, antes de ela começar a pedir bebidas, usei a senha que me livraria de
todas as mulheres da casa: eu estava sem grana. Ela despediu-se, simpática, e
foi sentar no colo do meu vizinho da mesa ao lado. Passou um cara, de mesa em
mesa, sacudindo as latinhas de cerveja e recolhendo as que estavam vazias.
Pressão inútil porque ali ninguém tinha dinheiro para comprar mais nada.
Então...Resolvi não esperar mais e me mandar. Abrir a porta
e sai. Na rua ainda ouvi a música do Tim Maia: “vou pedir pra você voltar…vou
pedir pra você ficar…”
Texto: Eduardo Dourado
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