terça-feira, maio 06, 2014

VOU PASSANDO MEUS DIAS...



Ah! Tempos idos quando perambulava com meu pai...
Andávamos livres e leves pelas trilhas de areia e barro
Ao encontro das águas frias dos matagais...
Um igarapé na sombra da mata!
No que pensávamos? Violência? Cobiça? Planos colossais?
Certamente falávamos dos mistérios e da beleza
Da natureza...
Ocupávamo-nos em tratar dos peixes, fazer o fogo
E mergulhar, mergulhar até não querer mais...
Não nos preocupávamos com o dia de amanhã...
Papai, talvez, ruía alguma preocupação... Eu, não!
Vivia qual passarinho, quais criaturinhas de Deus...
Não poderia imaginar um mundo mais feliz que o meu!
Quisera que fosse assim para todo o sempre...
Mas não foi! Não é! E, talvez, nunca será...
As perversidades e as obrigações opressoras
Encurralam-nos e nos destroem pouco a pouco...
Abandonar tudo e sair ao léu para os campos e prados
É deixar para trás gente querida acuada...
Para amenizar, recorro às lembranças passadas
E vou passando meus dias...



Paulo Paixão

Poeta santareno, mas residindo na capital Belém.